oie :) como deve dar pra perceber, mudei a news de plataforma (por motivos de: essa é muito mais fácil de usar) para uma nova temporada. Então, para evitar que caia na famigerada aba “promoções” (para quem tem gmail), sugiro criar aquele filtro esperto para ela chegar sempre na “caixa principal”.
Na última semana de julho, fui ao PETAR - Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira.
O PETAR não é muito conhecido fora do estado de São Paulo, e, mesmo aqui, é mais visto como destino de excursão escolar (de fato, o maior público deles).
Pois eis que tive que pesquisar sobre a região para um projeto que fiz para o Airbnb e, como perdi esse passeio na sétima série, resolvi ir ver qualé.
Para chegar lá de SP, você faz como quem vai a Curitiba, passa pelos quiosques de palmito da Régis Bittencourt e vira à direita para se embrenhar pelo Vale do Ribeira e seguir até Iporanga, base para visitar o parque (lamentavelmente passando por Eldorado, cidade natal do Bozo. Ouçam o podcast Retrato Narrado, é bom demais).
O PETAR é parte do maior trecho contíguo de Mata Atlântica do país.
A floresta ali é densa. Fértil, heterogênea, luminosa.
O Rio Betari, que acompanha grande parte das trilhas, é verde-clarinho.
O canto da araponga, uma das aves-símbolo do parque, costuma pairar no horizonte (já ouviu esse bicho? Parece uma martelada no metal).
E lá tem cachoeiras, muitas, claro, como tantos passeios de natureza desse Brasilzão.
Mas o PETAR é conhecido mesmo pelas cavernas (são mais de 200; 12 abertas para visitação).
Eu nunca desejei entrar em cavernas ou pensei que pudesse ter algum apreço por entrar em cavidades escuras e pedregosas.
Mas daí, no PETAR, seguindo o guia que nasceu ali e brincava de esconde-esconde na caverna quando era pequeno (disse ele), com uma lanterna no capacete, a claustrofobia não pegou.
Quando tem alguém para mostrar o caminho, o desconhecido não assusta tanto.
Aprendizados.
Uma aberturinha que dá num salão imenso. Uma aberturona que dá num corredor apertado com um rio passando.
Teve uma hora em que me vi atravessando um túnel escuro com água no peito.
Dentro das cavernas há pouquíssima vida, só morcegos, bagres minúsculos e opiliões, nome que se refere um tipo de aranha de pernas bem compridas que solta um cheiro bizarríssimo quando se sente atacada.
Entre as pedras no teto e nas paredes, o guia aponta formas que parecem Torres de Pisa, dedos de bruxa e fatias de bacon (o pessoal da sétima série pira).
Aponta também colunas, estalactites, estalagmites, helictites (essa aprendi lá) que crescem 1 cm a cada 100 anos, ou algo assim. Uma aula de paciência.
Cavernas, aliás, remetem a uma série de alegorias, né. As caverna em que Buda ia meditar. O mito da caverna de Platão. O rio abajo rio de mitos mexicanos.
E tem algo ali, mesmo. Algo sobre a possibilidade de silêncio e escuridão absolutos. Sobre andar enxergando pouco. Tatear o rumo. Reagir ao medo.
E o PETAR me lembrou o que tem sido importante pra mim ao viajar ultimamente. Viajar pelo Brasil. Incentivar belezas menos difundidas pelas redes sociais. Apoiar turismo com organização mais ou menos comunitária. Estar no mato, sempre que der.
Servicinho: organizei os passeios com a agência Parque Aventuras. E fiquei na Pousada das Cavernas.
Entrei na vibe do Dia Mundial dos Povos Indígenas sem saber (foi terça, 9 de agosto) e fui fazer uma visita ao novo Museu das Culturas Indígenas, que abriu perto do Parque da Água Branca, em SP. As exposições são pequenas, mas vale demais.
Aí fui ter uma aulinha de história no ep. “As Guerras da Conquista” da série “Guerras do Brasil”, na Netflix. Terrível.
Botei na lista esse livro que desmistifica a visão das mulheres pré-históricas, corrigindo um mal-entendido secular: “Não, as mulheres pré-históricas não passavam o tempo varrendo a caverna.”
Nada melhor para descomprimir que a série da família Gil (na Amazon Prime). Esse pessoal tão talentoso e bacana numa casa bonita cozinhando o almoço, fazendo camiseta tie-dye, jogando bola e, claro, cantando à beça. Contém pílulas poéticas do Gil aqui e ali.
Ainda não superei Ruptura (na Apple+), série que suscita uma reflexão sobre a lavagem cerebral nas grandes empresas. E a história em si é boa demais. Difícil não ver tudo de uma vez.
Tava quicando no Youtube e dei com a despedida da Jout Jout. Nem te conheço, Jout, mas me identifico muito com seu processo. E lembro quando te vi no café da firma antes da fama.
Essa sopa cremosa de brócolis e grão de bico é tudo. Dá para fazer com creme de leite ou creme de aveia pronto para facilitar.
Tenho gostado muito dos conteúdos da Yam.
um beijo,
Betina